quinta-feira, 7 de março de 2013

“Como diria Raul Seixas, “Eu nasci há dez mil anos atrás”. Ás vezes acho que nasci na época errada, que deveria ter nascido há alguns anos atrás, no tempo da minha bisavózinha. Eu sou um tanto diferente de grande parte dos jovens de hoje em dia. Não sou de ficar saindo à caça. Quando gosto de alguém, gosto de verdade, e não tenho olhos para mais ninguém. Não sei fingir sentimentos, muito menos ser fútil a ponto de preferir um corpo a um cérebro. Não consigo ir à uma festa e sair pegando oito, nove na mesma noite. Eu gosto mesmo é de uma boa conversa, daquelas bem prolongadas e um beijo e um abraço de despedida. Depois de um dia corrido ir à lanchonete ou à sorveteria com quem a gente gosta. Sorrisos abertos e sinceros. Gosto mesmo é de conhecer. Não sou desses que sai ficando com o primeiro que vê pela frente. Pra que isso aconteça, algo tem que me chamar atenção, e não é nem o fato de ser bonito. Tem mesmo é que mexer por dentro. Há quem diga que sou complexa demais, que espero demais. E digo mais, eu sonho demais. Espero encontrar quem me faça feliz de verdade. É por isso que você não vai me ver por aí com uma pessoa em cada fim de semana. Não sou desses que depois de uma semana de fim de namoro, fica com um outro alguém. Muito menos sou desinibida de chegar em uma pessoa. Mal consigo dizer pra quem amo, que a amo. Não consigo ficar com todo mundo, nem acho bonito. Desculpe o vocabulário, mas não sei ser puta, muito menos oferecida. Não sei reagir a elogios. E se gosto de verdade de alguém, meu coração vai ser só dela. Não sou desses que diz que ama alguém, e que fica com outro, só por diversão. Muito menos sou de brincar com os sentimentos dos outros. Não tenho vergonha de dizer, eu não fiquei com nem a metade do que uma pessoa com doze anos fica hoje. Complicada e idiota demais, é eu sei. Mas fazer o quê, eu não consigo. Eu sou assim, não dá pra mudar. Eu tinha mesmo que ter nascido na época que o amor era valorizado, não nesses dias que “pegar as pessoas” virou um título, e quem já ficou com mais pessoas é o mais deslocado. Eu nasci mesmo na época errada, em que serenatas de amor passaram a ser brega e o amor, uma perda de tempo.”